Ah tristeza, velha amiga e infeliz companheira. Sentimentos
como tantos outros, malvisto e malquisto de todos. A tristeza é mesmo um
sentimentozinho matreiro que tece sua linha aos poucos, com cuidado, sem
descuido. Espera por nós a cada pensamento de alívio e paz. Quer-nos no chão junto
dela, sentados em um beco e com uma garrafa de cerveja quente. Tristeza,
maldição dos homens na Terra. Ela espera, escuta, interpreta e pega a todos no
pulo do gato, na quebrada da rua. Faz arruaça em nós, tira do controle as
lágrimas, o sorriso, a força. Fica ali por tempos, escondida em um cabelo,
atrás da orelha, debaixo do pé...fica como uma pedra na consciência te
lembrando a todo instante, eu te avisei! É como uma praga de mãe que parece não
tem fim, não tem escapatória. É ela que te acorda e ela mesma te põe para
dormir. Fica impregnada no café, na cama, no computador, do trabalho a casa. Em
tudo ela sorri de lado com ousadia enquanto você, mero mortal, assiste ao
martírio do coração aprisionado. Culpa dela! Imagem insistente que fica, que
fica, que fica, que fica...
Epêntese. s. f. (gram.) || adição de uma letra ou de uma sílaba no meio da palavra: florzinha por florinha. F. lat. Epenthesis, do gr. Epenthesis (inserção).
domingo, 30 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
0,20
Eu nunca passei por uma ou duas guerras, não vivi na ditadura, não participei de revoluções. Mas passo por torturas diárias: quando tenho que voltar para casa e vejo que não tem ônibus suficiente, apesar da passagem ser uma fortuna; quando tenho que ir amassada entre tantos outros, que como eu, estão exaustos e só querem a paz do seu lar; quando tenho medo de ficar doente, pois se isso acontecer terei que me apegar a algum santo porque a saúde pública é um caos; quando tenho medo de andar na rua e ser estuprada por um sujeito qualquer; quando tenho pavor de sair de casa por achar que algo pode me acontecer porque segurança é uma palavra que só está nos dicionários; quando tenho medo de bandido e tenho medo da polícia; quando tento protestar e mostrar minha insatisfação, mas sou brutalmente repreendida pela força, pelo desumano. Não é somente por 20 centavos, é pelo o direito de VIVER de cada um! É por parar de sobreviver, de aguentar, de silenciar! É por você, é por mim, é por nós! Os protestos, esses sim, me representam! #VAMOSprarua
Mayara Sampaio do Brasil
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