domingo, 11 de maio de 2014

Mamis



Primeiro, desculpa por desaparecer, mas fiquei [incrivelmente] sem computador e não pude postar no blog. Sei que você vai entender, logo, logo normalizo a situação. Enfim, hoje é um dia especial [não só para o comércio] e acho que vale uma lembrança. Hoje é um daqueles dias que ou você vai para cozinha fazer algo especial, ou leva sua mãe para o restaurante mais chique e caro da cidade. Como eu ainda não fiquei rica, fiz almoço lá em casa. E sim, esse foi um ato surpreendente já que não sou nem um pouco fã dessa atividade [mas confesso que gostei muito de fazê-la hoje]. Nada de muito sofisticado, nem nada. A boa e velha lasanha. E foi ela que me fez refletir sobre o dia das mães e as mães de forma geral. Bom, eu sou semi-vegetariana [isso quer dizer que eu ainda como peixe] e minha mãe é uma carnívora inveterada. Mas, apesar disso, fiz uma lasanha de abobrinha. Felizmente saiu tudo certo e todos adoraram. Porém esse simples ato de mi madre abdicando da "bendita" carne por mim...me fez refletir enquanto cozinhava calada. Acho, e digo acho porque não sou mãe, que ser mãe é isso mesmo no fim das contas, é ser empossada da função eterna de abdicar do que é seu pelo o outro. Falo de mãe, mãe mesmo, não daquelas que adquiriram a função, mas não a exercem. Mãe [de verdade] é se doar ao outro, doa-se o corpo para ser rasgado e alterado durando 9 meses, com marcas eternas, com mudanças implacáveis. É doar a atenção total, doar o sono, doar o cuidado. É doar o sorriso, é doar o conhecimento, é doar agonias [por que ela está chorando?]. É doar a preocupação, é doar o bolso, é doar o presente [primeiro ela, se der compro para mim]. É doar o espaço, é doar os conselhos, é doar os micos, é doar a distância, é doar o tempo [nossa como ela está crescendo]. É doar a saudade, é doar as opiniões [mesmo que contrárias], é doar as brigas, é doar as reconciliações, é doar a espera [você vem dormir em casa?]. É então, enfim, doar o desapego. Doar o que é seu [tão precioso e frágil] a um outro [estranho], que vai tomá-la pelos braços e fazer uma nova família. Por mais que pareçam chatas e irritantes, e por vezes sabem sê-las, não há mal no fundo. Estão aprendendo, ao mesmo tempo que nós, a atuarem na função: acertando, errando, repetindo, mudando. E por mais enlouquecedoras que pareçam [e digo são] é uma loucura cadente, com ritmo de coração, de abraço apertado, de dormir no colo, de carinho. Mãe é essa 'coisa' inexplicável, contraditória, antagônica, perturbadora e incandescentemente divina. Te amo, mamis!  

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