quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Hue hue hue aqui é BR!



Hoje não vou contar realmente uma história, quero contar o que aconteceu comigo na terça-feira. Se bem que, por mais que eu diga não ser uma história, tudo em nossa vida é ou será história. Enfim, era uma vez eu, na terça-feira dia 16/09 no Shopping Iguatemi. Ganhei um sorteio para assistir ao filme Isolados graças ao Jurassicast (aliás se você não conhece os caras, dê uma olhada no site deles vale super a pena e ainda pode concorrer as pré-estreias cinematográficas [http://jurassicast.com.br/]), então ganhei ingresso duplo para ir com meu benzinho nessa tal shopping center e ainda tinha direito a pipoca e refri! Para que você entenda melhor a história veja o trailer aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mzVAwEYAxx4. Você percebeu que não é só um filme brasileiro é um filme de suspense/terror brasileiro. É um filme diferente do que estamos acostumados a assistir, não é uma comédia besteirol como a maioria. É uma tentativa nova de fazer cinema brasileiro e foi o que mais me interessou, por isso tive mais vontade de assistir. O que eu achei do filme não importa aqui, na verdade não é a respeito do filme que quero falar, mas da reação ao filme nacional que os próprios brasileiros, e como sou de Brasília restrinjo à percepção dos brasilienses, têm do nosso cinema. Antes de ir ao cinema quando eu comentava com alguém sobre o filme a resposta mais certeira era: mas é nacional. Eu ainda não consigo dimensionar essa resposta, o que há de tão terrível no filme nacional? Porque, até onde eu sei, como filmes estrangeiros existem os bons e ruins, entenda que nacional não é e nem pode ser sinônimo de ruim. Filmes como Lisbela e o prisioneiro (2003) e Dois coelhos (2012) são brasileiros de gêneros diferentes e que eu amo assistir! Que são primores, cada um a seu modo. Com roteiros bem trabalhos, enredo, história, cenário. E se por acaso você não os viu, veja-os não vai se arrepender. Voltando ao cinema, por todo o filme, a maioria dos espectadores o encaram como uma piada, absolutamente nada estava bom, nada estava inteligente, nada estava nada. Eu tenho as minhas impressões do filme também, e acho que ele deixou uma história solta, era preciso desenvolver melhor alguns pontos, mas daí achar que tudo no filme é ruim, eu acho demais. São dois pesos e duas medidas, para filmes estrangeiros, e mais do que estrangeiros americanos, o nível de percepção e de exigência é mínimo. Filmes muito, extremamente ruins em questões de enredo e história se tornam obras primas por se falar inglês. Nos filmes nacionais reclamam das cenas de sexo, reclamam de palavrões, deve ser porque isso só acontece aqui, não é mesmo? Ou porque a visão dos cinéfilos fique um pouco turva quando se vê nacionais. Sinceramente, me irritou, só isso. Uma irritação que vem do fato de nós, como brasileiros que somos, nos desprestigiar de tudo que é nosso, de nos colocarmos em um papel tão pequeno. É sempre aquela carinha de "oh, coitadinho é brasileiro". Não é tanto o filme, mas é a postura que assumimos perante ao que é nosso. Não entendo porque a percepção geral se alia a filmes de comédia nacionais, como se o nosso cinema só pudesse oferecer esse tipo de filme. Realmente é só isso que podemos fazer, comédia? Drama não? Suspense não? Aventura não? O brasileiro está fadado ao riso desmedido, solto, frouxo e sem conteúdo. Não é tanto pelo filme, mas pela noção de que as capacidades dos nossos diretores, produtores, roteiristas, atores, cenógrafos só valem para fazer comédia afinal o brasileiro é um povo feliz e ri da própria desgraça a todo tempo, não é mesmo? Não sei bem, mas ao sair do cinema fiquei com um misto de "nossa" com "poxa vida", penso que talvez eu esteja muito sensível ao notar essas reações, quem sabe ninguém esteja depreciando as nossas produções, talvez eu só veja o lado ruim das coisas. Ou, quem sabe, talvez, de tudo o que eu disse alguma coisa tenha um sentido real e você esteja pensando: mas é nacional. 


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